terça-feira, 8 de julho de 2008

João + João = Garrincha


Diz a lenda que o genial jogador Garrincha nunca lembrava o nome do seu marcador, apenas o chamava de “João” e os convidava para dançar para cá ou para lá.Até hoje, Garrincha deve estar dando seus dribles no céu, talvez até pegando São João para bailar, etc.
Quis fazer essa introdução ao ver e rever a dor vivida pelo pai do pequeno João Roberto morto aos 3 anos por policiais militares no bairro da Tijuca-RJ.O carro onde a criança estava foi metralhado por policiais que o confundiram com outro carro roubado há pouco tempo e nele ainda estavam sua mãe e um bebê de apenas 8 meses.Num post antigo eu comentei que deveria ser terminantemente proibido um pai/mãe enterrar seus filhos, pois isso não segue a ordem natural da vida que seria, na minha opinião, exatamente o contrário, ou seja, os filhos é que deveriam sempre enterrar seus pais.
Coincidentemente, algum tempo atrás foi a vida do pequeno João Hélio que foi ceifada em mais um ato de violência na cidade do Rio de Janeiro.Recordando : a criança ficou presa pelo lado de fora no cinto de segurança do carro e o mesmo, em poder de bandidos, circulou por vários quilômetros o que ocasionou essa morte trágica, apesar que por si só o falecimento de um anjo desses já é uma tragédia.
E mais um “João” se foi...Não vou discutir e discorrer sobre o tema violência, especialmente na cidade do Rio de Janeiro, pois o Rio em nada difere de outras tantas cidades brasileiras.O que talvez seja o diferencial é o destaque dado pela mídia, mas não se pode negar que muito do que acontece por lá é fruto de incompetência e mal gerenciamento de políticas publicas que já vem de longa data.
Bem, são mais dois “joãos” no céu.E Garrincha ao vê-los, com razão imaginará que são mais duas vítimas da sua genialidade chegando em seu campo particular.Mas acredito que, ao menos dessa vez, o grande jogador desistirá do show, lançará a bola na direção das pequenas crianças e dirá : “venham crianças ! venham driblar esse velho “João” aqui.O show agora é de vocês !”

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