Saudades

Tenho vários temas acumulados, mas resolvi escrever sobre um que acabou de surgir a minha frente.Estava voltando de um pequeno café na padaria, quando passei ao lado de um velho senhor sentado em sua cadeira de praia, em frente a sua residência.
Dava para notar que esse senhor sofria de algum tipo de incapacidade e que teria sido colocado ali para tomar um banho de sol ou algo do tipo, mas o que me veio a mente foi uma recordação do passado, quando ainda morava no bairro da Vila Belmiro, aqui em Santos.
Era um costume das famílias colocarem cadeiras em frente as suas casas e começarem a papear, etc etc.Era algo saudável a medida que criava vínculos e isso traduzia, indiretamente, em uma maior segurança e confiabilidade em momentos de ausência das residências.
Lembro que ficávamos, eu e meu irmão, na esquina de nossa casa conversando com a molecada da rua até altas horas e isso não significava nenhum tipo de insegurança, ou seja, era uma época que a marginalidade não estava tão banalizada como hoje.
Hoje moro na Ponta da Praia, bairro de classe media alta que nunca possuiu essa característica tão peculiar em outros bairros de Santos, o que me chamou ainda mais atenção ao momento vivido por aquele senhor.Vontade não faltou de pegar mais uma cadeira e ficar ali ao lado dele, apenas curtinho o sol fresco da manha, a sombra refrescante, a presença do vento suave no rosto e uma conversa agradável.Saudades de velhos tempos que não voltarão jamais...