domingo, 19 de novembro de 2006

Carta de Despedida

Despeço-me das minhas dúvidas, dos meus medos, da minha insensibilidade, das fraquezas tão recorrentes, da tristeza dos objetivos não cumpridos, da indisciplina, das mentiras ás vezes tão necessárias, do choro triste e calado, da esperança perdida, dos amores impossíveis, dos sonhos frustados, da impaciência inútil, da impotência, do desgaste excessivo, do desperdício, da trabalheira desenfreada, das amizades nem tão sinceras, dos inimigos nem tão cruéis, das horas perdidas em busca de respostas, do grito silencioso, do silêncio tão escandaloso e por fim da minha própria existência.
Nesse momento deveria nascer um outro homem.Alguém melhor, mais perfeito, justo, consciente de suas limitações e esperançoso de dias melhores.Alguém que acreditasse mais em si e ainda muito mais na certeza de um futuro melhor.Mas até agora não escutei o berro desenfreado e incontido desse novo bebê.Haverá de nascer ? Não sei...continuarei esperando e diante disso adiarei a despedida.

3 comentários:

Dani disse...

Sérgio,
estamos sempre renascendo e reinventando nossas vidas a cada dia, a cada tranco, a cada obstáculo e a cada alegria. E, muitas vezes, essa mudança se faz de forma imperceptível.
Mas que ela está sempre acontecendo, isso está.

Grande abraço pra você. :-)

Julio Cesar Corrêa disse...

Sérgio, encontrei vc lá na Avenida Copacabana e resolvi vir conferir. Eis que encontrei alguém das letras. Muita sensibilidade ao falar de questões com as quais nos batemos diariamente. Estamos sempre nos esforçando para nos tornarmos alguém que não nos cause desconforto quando nos encaramos no espelho. E pode ter certeza de que ao postar este texto, vc se aproximou disso. E não terá que adiar a despedida por tanto tempo assim.
Parabéns pelo blog e voltarei sempre
gd ab

Jôka P. disse...

Acho que por aqui os nossos amigos já disseram tudo.
Deixo um abraço !
Tudo de bom, Sergio !
:)